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domingo, 29 de março de 2015

Essas areias tão sós / por O.Heinze

Na vastidão da praia
olho para o chão
onde milhões de partículas
vem e vão com a água
com o vento, com o tempo...

Essas areias tão sós
não guardam ninguém
nem mesmo as lembranças
de nossos risos e cantos
roubados pelas ventanias
nem nossas lágrimas
que lhes infiltraram, evaporando
nem nossas pegadas
lavadas pelas marés...

Na praia somos todos iguais
temos os mesmos castelos
as mesmas estrelas
o igual abraço das ondas
o mesmo universo
e a melhor liberdade
ao olhar o barco, o horizonte
e ainda mais longe... tão longe...
que esquecemos do eu adulto
e reencontramos o eu criança...

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