Pássaro aleijão / por O.Heinze
O pássaro aleijão
não gostava de chão
e amava tanto voar
que uma terceira asa
lhe nasceu do nada, então
foi tanto que ele voou
que passou a temer o não!
Não sabendo nem mais pousar
seguiu e seguiu a planar
vivendo de lembranças e solidão.
Como um seu lado voava mais forte
passou a prosseguir em círculos
perdeu o rumo do norte
e também todos seus vínculos.
Certo dia ficou tão exausto
adormeceu num bolsão quente
de ar que seguia em seu encalço
lhe deitando numa nuvem tamanha
que o largou sobre a montanha.
Quando ele acordou e sentiu
novamente a firmeza do chão
mais que depressa decidiu:
cuidaria da sua razão;
tiraria a terceira asa;
não despencaria nas sarjetas;
voltaria para sua casa;
daria adeus às muletas.
O pássaro aleijão
não gostava de chão
e amava tanto voar
que uma terceira asa
lhe nasceu do nada, então
foi tanto que ele voou
que passou a temer o não!
Não sabendo nem mais pousar
seguiu e seguiu a planar
vivendo de lembranças e solidão.
Como um seu lado voava mais forte
passou a prosseguir em círculos
perdeu o rumo do norte
e também todos seus vínculos.
Certo dia ficou tão exausto
adormeceu num bolsão quente
de ar que seguia em seu encalço
lhe deitando numa nuvem tamanha
que o largou sobre a montanha.
Quando ele acordou e sentiu
novamente a firmeza do chão
mais que depressa decidiu:
cuidaria da sua razão;
tiraria a terceira asa;
não despencaria nas sarjetas;
voltaria para sua casa;
daria adeus às muletas.