Aqui você encontra quase toda minha vida que é a própria ARTE. Sou poeta escritor / artista plástico / músico violonista / compositor / cantor / marceneiro / adoro fotografar / Fã da natureza (ambientalista). Ajudem-me a fazer um mundo melhor...
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terça-feira, 13 de dezembro de 2022
quinta-feira, 17 de novembro de 2022
Teu Silêncio
para Íris
por O.Heinze
Graças ao teu silêncio,
aprendi a conhecer-te inteira,
mergulhei em tua alma,
aspirei a tua essência:
feromônio de pétalas doces
abrindo-se em sonhos de luz…
Teu silêncio me é magia,
encantamento de noite azul,
alor de lábios sedentos,
fonte de ternura e amor.
Ora, o amor, que é feito tu!
Pois que vive igualmente calado,
espargindo fragrância invisível,
libertando do medo o pudor,
tonteando a mente poeta,
envolvendo em um quê de dor,
um delicioso sem sentido de viver,
levando ao prazer de quase morrer.
Teu silêncio é mistério ao mundo,
mas não para este teu anjo oriundo
lá do profundo do teu olhar,
onde entendo o teu comunicar.
Sim, teu olhar que quase revela
todo segredo da tua aura singela,
repleta de cores e estrelas,
pois és um universo fecundo.
Me fizestes tornar uma luz,
tão somente com um olhar,
que não farias com um dizer
que nunca outrora ousastes contar?!
Mas não o digas ainda para mim,
pois sou um recém-formado sol,
nascendo em teus céus de mistérios.
Guarda-me em teu silêncio sem fim,
tu, universo de galáxias de amor,
e mantenha-me sempre aceso
em teu infinito olhar de fulgor.
Santo André, 03/11/2022.
sábado, 22 de outubro de 2022
Pétalas sem flor,
a mulher que dizia me amar.
por O.Heinze
Em redor deste simples eu,
estrelas do céu vem ao chão.
Meus pés não são meus,
nas areias perdidas do mar
da vida a me naufragar,
onde ondas vêm e vão,
num sussurrar de solidão.
Aqui eu me recomponho
e sinto a mentira do mundo,
a frieza do espaço profundo
entre as pessoas e os sonhos.
Pressinto que em algum lugar
meu eu da coragem existe,
à beira-mar do amar,
sua esperança persiste,
com a vida da alegria.
Cai mais uma lágrima triste.
Adeus lembrança onde eu ria.
A lua chama de volta,
a maré triste que me escolta,
então, lanço meu pedido
dentro da garrafa da fé,
depois, a flor do amor perdido,
da mulher que já não é,
pois vai fluindo em marcha à ré.
Que a garrafa possa alcançar
um eu cheio de esperança,
ou meu eu sóbrio da temperança,
para, enfim, meu eu me resgatar
e sanar esta dor cruel;
este amargo gosto de fel;
este suplício em parecer réu;
esta falta de ouro do anel.
Duas almas brindam
a paixão na imensidão ao léu,
enquanto meus eus findam
meus ecos do ego sem céu.
Santo André, outubro de 2022.
domingo, 2 de outubro de 2022
Chuvas e lágrimas
por O.Heinze
Essas chuvas sequentes
que tocam à noite ou de dia,
tal e qual uma forte sinfonia,
e soa docemente,
ou avassaladoramente,
são águas diversificadas,
que subiram, pois, evaporadas,
formaram nuvens brancas de paz,
ou iradas, pelos raios que faz,
pois tem em si as emoções
boas ou ruins das multidões.
Do lacrimejar de quem muito sorrio,
ou quem sofreu e desaguou a chorar;
ainda quem sobreviveu por um fio;
e quem morreu só, só por amar.
Essas águas são milenares,
já desceram e subiram
por todos os lugares,
por vezes e vezes ressurgiram,
nos olhos teus, também nos meus.
As nuvens choraram
o choro dos antepassados,
que sequer imaginaram,
mas, hoje, suas lágrimas voltaram
em nossos olhos emocionados.
Sem chuvas não há vida.
Sem lágrimas como externar
a dor comovida, sofrida?
Ou ainda comemorar
a criança recém-nascida?
De qual forma transbordar
a alegria incontida?
De que jeito desafogar
a derradeira despedida?...
Santo André,
27/28 de Setembro de 2022.
quinta-feira, 22 de setembro de 2022
Amar o próximo mais que a ti mesmo
por O.Heinze
Pessoas se achegam até mim
vestidas de cordeiro ingênuo,
mas meu sexto sentido nato
enxerga toda má fé que trazem.
Elas se divertem por dentro,
acham que me enganam,
e eu as deixo à vontade,
pois são dignas de piedade.
Acredito que todo ser merece
uma chance de se redimir,
de se tornar alguém melhor.
Muitos pensaram ter me iludido,
pobres diabos… Sofredores!
Levaram meu dinheiro, meu tempo,
minha bondade, minha oração,
minha santa palavra, sorrisos,
minha atenção sincera, beijo,
abraço, bons conselhos,
olhar enternecido, vibração pura,
desejo de sorte, de ventura…
E vão… Com sua dissimulação…
Minha esperança maior
é que eles se encontrem
com a sua consciência,
essa mesma que mostra sempre
quem somos e para onde vamos.
Que troquem os tantos risos
de enganação e ilusão,
por lágrimas de arrependimento
e libertação do seu mal.
Pois que enganam a si próprios,
não se amam, não amam ninguém.
A Vida é feita de Amor.
Onde não há amor, não há vida.
Marionete da vida.
Marionete da vida
por O.Heinze
Eis que vou pelo meu destino,
o qual não entendo e não aceito,
pois com ele em nada combino,
sobrevivo por um corredor estreito.
Fujo de mim, dos dias iguais,
sou mais um entre os pardais,
brigando por restos de pão.
As linhas invisíveis do não,
me prendem em varais,
dentro de um quadrado, quintais,
o meu tempo é temporão.
Mas minha ira rompe o medo,
eu enfrento a tempestade só,
grito por liberdade, mas que dó,
o vendaval rouba minha voz cedo.
Queria contar tanto este segredo,
mas ninguém passa neste cafundó.
Parece que o invisível me guia,
minhas pernas vão em outro rumo,
uma estrada que sequer eu queria,
e minha razão vai fora do prumo.
Eu não posso ser eu mesmo?
Não aguento mais este desgostar!
Valho menos que um torresmo?
Minha alma tem tanto a brilhar…
Danço sem querer dançar.
Rio de tanto exasperar.
Choro, não posso argumentar.
Resisto, mas já quase sem ar,
não tenho mais o que me matar.
domingo, 26 de junho de 2022
Mulher Única
Mulher Única
por O.Heinze
Tu mulher, que te achas sós,
enganas-te disso, pois,
meus olhares são todos teus,
enamorado secreto, eu,
lha amo perdidamente…
Não sou inconsequente
mas, sim, exatamente assim,
lha tenho em meu amor,
respeitoso, ditoso,
afinal, és das flores, a flor,
sem outra exatamente igual,
unicamente especial,
nessa tua forma natural.
Dás-me tuas santas riquezas,
feitas na carne e na alma,
eia, espalha tamanha beleza
para meu devaneio ter calma:
ofertas-me teus lábios proibidos
d'onde nasce sorrisos,
revelas-me teu abraço incontido,
perfeito, pleno, preciso!
Abras-me teu coração,
igual faz o virgem botão,
falas-me de ti, feitas em oração,
dás-nos toda permissão.
E mesmo que tudo pareça
absurdamente um sonho,
faças com que tudo compareça
na verdade que componho:
lha amo simplesmente
por serdes em si a mulher,
surgindo à minha frente,
jamais a vi anteriormente,
mas lha amo, tal qual és.
Santo André, 12/06/2022.
sexta-feira, 20 de maio de 2022
Ecos da Vida - por O.Heinze
Ecos da Vida
por O.Heinze
Uma saudade inclemente
evapora tristezas do meu coração,
que de tempos em tempos
formam a tormenta sobre meus olhos,
até pesar insuportavelmente
e desaguar em lágrimas amargas,
demoradas e deprimentes,
ácidas e pungentes…
E no limiar entre vida e morte
busco um lenitivo, uma sorte,
que me faça renascer em sol,
ou me guie uma ilha com farol,
livrando minha mente desta prisão,
sem chave, ar, chão, solução.
Eis que o dia nasce contado
por pássaros felizes, do nada!
Meu corpo reage encantado,
minha alma se sente amada.
Escancaro a janela ao dia
e todas as cores me capturam.
Em minha mente toca melodia,
novas esperanças me juram.
segunda-feira, 4 de abril de 2022
O segredo da felicidade
Flor de Miguel Arcanjo
terça-feira, 15 de março de 2022
Parece ficção, mas é crônica
terça-feira, 18 de janeiro de 2022
Um Parafuso a menos / por O.Heinze
Vivo uma urgência em me completar
de algo que ainda não sei explicar.
Busquei por coisas maravilhosas
na ânsia de preencher esta falta penosa,
mas ao dar-lhes as costas, ficaram para trás,
pois do mundo não se leva nada, nem traz.
Sigo com esta sensação estranha, tipo, respirar uma vida inteira e não ter reserva de ar;
cultivar flores e mais flores que avivam e após seu glamour se desfazem num piscar.
Nada completa esta lacuna faminta
de me fazer sentir a satisfação plena.
E pensar que sou feito da matéria
de estrelas desintegradas, pena,
não deveria me sentir disperso
pois sou parte do universo,
mas a incógnita desta busca prossegue,
esta urgência em me completar
de algo que ainda não sei explicar.
Já tive amor tão grande no coração,
paixão em erupção, ardente igual a vulcão,
que derreteram em si mesmas,
esfriaram e se tornaram rochas frias e crespas.
Tive a felicidade intensa que fugiu
numa enxurrada de lágrimas amargas.
Quase fui engolido por mar e rio
e a morte pareceu uma pesada carga,
mas não preencheu o meu nada.
Conheci igrejas suntuosas e imponentes,
de onde saí com menos de mim do que entrei.
Compreendo que as coisas do mundo passam, orei,
porque absolutamente tudo um dia acaba
e as coisas do espírito são intangíveis,
podem e não podem ser críveis.
Incrível é a urgência em me completar
de algo que ainda não sei explicar,
pois posso dar a volta ao mundo
e tudo que trago na mente não me é oriundo.
O dinheiro não compra tudo!
Gastei mundos e fundos
e nada completou o oco mudo
da parte que me falta, nem os Tundos.*
Sou mais um ruminador pastando no campo da ignorância humana;
voador sem asas, planando em minha fantasia insana;
submergido numa represa de conjecturas;
Enterrado em minhas raízes por esta procura,
que somente eu poderei um dia desvendar
e finalmente não sentir em mim o faltar
de algo que ainda não sei explicar.
*Tundos: Chefe de sacerdotes gentis, na África.
Espécie de doutor, em escolas do Japão.
Santo André, 29/12/2021.
Morrer é só um sonho / por O.Heinze
Morrer é só um sonho
por O.Heinze
Morrer é uma maneira de mudar
para um novo experimentar.
Igual barco que viveu a navegar
e cansa, afunda para vislumbrar
lá ao fundo o seu novo lar.
É fruta madura a se largar
da frondosa árvore da vida
e feliz sente ao despencar
o poder de ser incontida.
E ao chão se faz desmaiar
mas em contrapartida
seu núcleo renasce no pomar.
Morrer é um estado de sono
igual quando se vai dormir.
O cansaço é nosso dono
deixamos de aqui existir.
Na nova manhã iluminada
lentamente despertamos
com a vida renovada
sensação de que voamos.
Morrer é o fato de perder
o ser que amamos
e seguimos sem entender:
se nos separamos
porque após tantos anos
ele ainda parece viver?!...
Santo André, janeiro de 2022.
Chove por dentro
A chuva que chora por ora
lavando os pecados
de agora e outrora
e chora mais na agonia
pelas lembranças da magia
quando houve vida e alegria
são passageiras
feitas as aves viageiras
de menos um dia.
Às vezes, o tempo se atormenta
em nuvens pesadas se arrebenta
engolindo tudo ao chão
rasgando o céu com explosão
e sendo culpado ou não
uns e outros somem desta dimensão.
Mas essa torrente não rega
o deserto da solidão
dos olhos que ela escorrega
da pessoa em aflição.
Então essa chuva somente goteja
nas várias flores já ceifadas
enfeitando o caixão que as leva
sobre a morte a ser sepultada.
Santo André, 8/1/2022.