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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Marionete da vida.

Marionete da vida

por O.Heinze 


Eis que vou pelo meu destino,

o qual não entendo e não aceito,

pois com ele em nada combino,

sobrevivo por um corredor estreito.

Fujo de mim, dos dias iguais,

sou mais um entre os pardais,

brigando por restos de pão. 

As linhas invisíveis do não,

me prendem em varais,

dentro de um quadrado, quintais,

o meu tempo é temporão.

Mas minha ira rompe o medo,

eu enfrento a tempestade só,

grito por liberdade, mas que dó,

o vendaval rouba minha voz cedo.

Queria contar tanto este segredo,

mas ninguém passa neste cafundó.

Parece que o invisível me guia,

minhas pernas vão em outro rumo,

uma estrada que sequer eu queria,

e minha razão vai fora do prumo.

Eu não posso ser eu mesmo?

Não aguento mais este desgostar!

Valho menos que um torresmo?

Minha alma tem tanto a brilhar…

Danço sem querer dançar. 

Rio de tanto exasperar.

Choro, não posso argumentar.

Resisto, mas já quase sem ar,

não tenho mais o que me matar.






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