Translate

domingo, 31 de agosto de 2008

Astronauta do chão / por O.Heinze

O caminho acabou
o lago começou
e eu que nem percebi
continuei em frente
andando sobre as águas
como se fosse chão
ou ponte de tábuas...

Se pareço astronauta
pelos parques da Terra
é culpa de meu amor
que desconhece gravidade
no espaço da felicidade...

Quem me assistiu assim
achou ser milagre
alguém tão comum
com poder nenhum
ser leve igual ar
apenas por amar...
Vaso da janela / por O.Heinze

No peitoril da janela
continua o mesmo vaso
dando linda e amarela
flor para o acaso.

Queria ser esse vaso
importante da janela
mas sou só poeta raso
não tendo flor singela.

Pois que guardo tanto amor
neste eu, vaso humano
e na rua passa a flor
nem sabendo quanto à amo...
Lábios verdes / por O.Heinze

Ela tinha os lábios verdes
não por batom ou frio
mas naturalmente verdes
verdes de esperança
verdes como botão de flor.

Certo dia seu desejo realizou:
o verde
ruborizou, a flor abriu
um perfume virgem fugiu
o beija-flor fartou-se de néctar
e ela passou dançando
de um sonho para outro...

domingo, 3 de agosto de 2008

Borboleta xadrez / por O.Heinze

Avistei certa vez
uma borboleta xadrez
subindo e descendo no ar
igual bandeira a voar
feliz como na vitória
com toda pompa e glória.

Ainda se bem me lembro
eu jogava em setembro
uma partida de xadrez
e foi isso que ela fez:

pousou no meu tabuleiro
como se fosse num jasmineiro
achando mesmo muito crível
ser aquilo sua flor compatível
e abrindo um sorriso brilhante
beijou e beijou a flor gigante...