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sábado, 26 de abril de 2014

Somos todos crianças

Somos todos crianças
de mãos dadas ou não
rodando na ciranda
do planeta azul
de infinita ilusão.

Seremos crianças sempre
e apesar da casca mudar
dentro vive a semente
insegura, frágil a sonhar.

Desejosas constantemente
de um novo brinquedo
feito de ouro ou gente
para afastar nosso medo.

Por mais que sejamos maduros
carrancudos, feios
teremos um quê de puros
feitos bebes em seus seios.

Oh boba humanidade
achando-se já adulta
tens tão pouca idade
tanta imaturidade
és só criança oculta.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Panos de prato

Fiéis panos de prato
vivem entre secos e molhados
ora estão leves, ora pesados
ouvindo verdades ou boatos.

Vão secando copos, panelas
mãos novas recém casadas
mãos maduras já cansadas
lágrimas de anciãs ou donzelas.

Vez é levado ao peito
na hora da surpresa
ou arremessado à mesa
na pressa de um feito.

Permanente companheiro
da cozinha ou da copa
do varal quando ensopa
da distração no sonho ligeiro...

sábado, 5 de abril de 2014

O voo 

E eu que penso e penso
em voar feito um passarinho
assisto o prazer imenso
de pardais em redemoinho
disputando no mais baixo chão
umas perdidas migalhas de pão.
E tanto que se esquecem de voar
e iguais os humanos ficam a andar
buscando o pão nosso de cada dia
entre piados que fazem sinfonia.
Essa visão me levou alto
num tamanho estado de amor
e apesar de pousado no asfalto
me sinto num azul cobalto
planando feito o rei condor.