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domingo, 23 de novembro de 2014

Sou do tempo que...

Cortejava-se com buquê de flores
abria-se a porta para a amada
e a conduzia com segurança
do lado interno da calçada.

Na hora da despedida
beijava-lhe a mão com respeito
e saía carregando no peito
toda paixão e alegria da vida...
E quando a reencontrava
ficava um tempo sem palavra
alimentando-me com seu perfume
com sua aura em lume
e seu olhar que encantava...
Puxava-lhe a cadeira a mesa
exaltava sua doce beleza
e admirava seu porte e costumes...
Andávamos de braços dados
e no romance sublimado
jurávamos o amor que reúne...
Escrevia-lhe com toda poesia
que ela beijava com seus batons
e para lembrar os encantados dias
guardávamos os papeis de bombons...
Hoje em dia ainda ajo assim
dessa maneira antiga de ser
porque dar atenção sem fim
me faz sentir enobrecer
pois sou do tempo, do tempo que...