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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Amar o próximo mais que a ti mesmo

por O.Heinze 


Pessoas se achegam até mim

vestidas de cordeiro ingênuo, 

mas meu sexto sentido nato

enxerga toda má fé que trazem.

Elas se divertem por dentro,

acham que  me enganam,

e eu as deixo à vontade,

pois são dignas de piedade.

Acredito que todo ser merece

uma chance de se redimir,

de se tornar alguém melhor.

Muitos pensaram ter me iludido,

pobres diabos… Sofredores!

Levaram meu dinheiro, meu tempo,

minha bondade, minha oração,

minha santa palavra, sorrisos,

minha atenção sincera, beijo,

abraço, bons conselhos,

olhar enternecido, vibração pura,

desejo de sorte, de ventura…

E vão… Com sua dissimulação…

Minha esperança maior

é que eles se encontrem 

com a sua consciência,

essa mesma que mostra sempre

quem somos e para onde vamos.

Que troquem os tantos risos

de enganação e ilusão,

por lágrimas de arrependimento

e libertação do seu mal.

Pois que enganam a si próprios,

não se amam, não amam ninguém. 

A Vida é feita de Amor.

Onde não há amor, não há vida.






Marionete da vida.

Marionete da vida

por O.Heinze 


Eis que vou pelo meu destino,

o qual não entendo e não aceito,

pois com ele em nada combino,

sobrevivo por um corredor estreito.

Fujo de mim, dos dias iguais,

sou mais um entre os pardais,

brigando por restos de pão. 

As linhas invisíveis do não,

me prendem em varais,

dentro de um quadrado, quintais,

o meu tempo é temporão.

Mas minha ira rompe o medo,

eu enfrento a tempestade só,

grito por liberdade, mas que dó,

o vendaval rouba minha voz cedo.

Queria contar tanto este segredo,

mas ninguém passa neste cafundó.

Parece que o invisível me guia,

minhas pernas vão em outro rumo,

uma estrada que sequer eu queria,

e minha razão vai fora do prumo.

Eu não posso ser eu mesmo?

Não aguento mais este desgostar!

Valho menos que um torresmo?

Minha alma tem tanto a brilhar…

Danço sem querer dançar. 

Rio de tanto exasperar.

Choro, não posso argumentar.

Resisto, mas já quase sem ar,

não tenho mais o que me matar.