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domingo, 26 de julho de 2015

Adeus maledeta / por O.Heinze



fotografia de O.Heinze








Peguei carona com uma borboleta
precisava descolar do concreto,
só então deixei de olhar reto,
de acreditar na vida maledeta.

Borboletas não têm caminhos
fixos, predestinados, de espinhos,
elas somente caçam flores,
não para matá-las, roubar cores,
mas para saber de seus sabores.

Enquanto voava com ela
sobre aromas de florais e canela,
esqueci-me que eu era gente,
mas, gente e borboletas são diferentes?
Descobri que não, são iguais!
Vivem de doces sonhos imortais,
os mesmos que sempre as mantém
querendo acordar amanhã também.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Gentes floridas / por O.Heinze

Quando a morte chega
levando o que de mais caro há,
a vida de um ente querido,
faz sentir-me impotente, furtado.
Sensação de terem-me arrancadas e sopradas
parte das folhas escritas
do diário de minha vida,
para um lugar que não sei...
Mas, incompreendida,
a morte deve ser, talvez,
só a porta para uma outra vida.
Prefiro pensar que a dona da foice
ceifa minhas flores preferidas
para enfeitar uma outra dimensão,
pois que aqui já fizeram o que deveriam:
florido,  formando coloridas primaveras;
amado,  gerando frutos maravilhosos;
sofrido,  para espalhar sementes de alegrias;
errado, para lembrar de que somos humanos,
e tudo para um único propósito:
festejar com lágrimas de gratidão a existência.
Após a morte passar, fica somente a história
repassando na mente e no coração, e,
por mais que possa parecer irracional,
ela faz mais viva e amada a pessoa que se foi,
muito mais que durante a vida.
Por isso agora eu desejo viver intensamente,
antes que a morte me leve para outra existência,
pois infelizmente sempre deixava para fazer amanhã
o que deveria ter feito hoje para quem eu amava.
E no amanhã a pessoa já não estava mais
enfeitando a vida deste planeta,
pois seu florescer não era mais daqui.

sábado, 11 de julho de 2015

Eu máquina do tempo / por O.Heinze

Hoje eu senti uma saudade
tão grande de mim
e sem perda de tempo
saí a me procurar...


E onde encontrar
alguém feito eu
que vivo a vagar
por tantos momentos?...


Me reencontrei no passado
nas mais diversas lembranças...
Me achei no futuro
em ilusões, fantasias, sonhos...


Mas aqui e agora
mal consigo me deter
e assim continuo solitário
pela falta de mim no presente...