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domingo, 31 de maio de 2015

Flor temporã / por O.Heinze

Em uma árvore, flores,
de se perder a conta.
Tantas e tantas,
que nem se percebia
de que faltava uma.
Agora que todas elas
viraram vagens e sementes,
vinga a última flor,
destacando a sua cor
da mãe tomada de verde.
A flor sente feito espinho
a incompreensão desde o ventre,
só por desejar um outro caminho,

de ser solitária e diferente.


fotografia de O.Heinze

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A vida está passando / por O.Heinze

Deixa-me amar-te
pois a vida está passando.
Ao invés de uma existência
inteira só de ilusão
guarda-me na lembrança
por toda tua vida.
Seja em um único beijo;
em um abraço caloroso;
em um olhar amoroso;
ou um sorriso de gratidão.
Mas não percas esta vida
pelo medo, por tolice,
quem foi que disse
que amar é morrer?
Deixa-te morrer de paixão,
de amor, da loucura,
que só o amor cura,
pois vida é coração.
E em amando assim,
quando mortos de verdade,
haverá tanta felicidade,
que no doce firmamento
seremos novas estrelas.
E os mortais sem amor
em vendo-nos radiantes,
desejarão ser amantes
também e com todo fulgor.