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sábado, 24 de maio de 2008

Eu: máquina do tempo / por O.Heinze

Hoje eu senti uma saudade
tão grande de mim
e sem perda de tempo
saí a me procurar...

E onde encontrar
alguém feito eu
que vivo a vagar
por tantos momentos?...

Me reencontrei no passado
nas mais diversas lembranças...
Me achei no futuro
em ilusões, fantasias, sonhos...

Mas aqui e agora
mal consigo me deter
e assim continuo solitário
pela falta de mim no presente...
Universo inverso / por O.Heinze

Fico imaginando se acaso
o universo cansado de viver
resolvesse desistir de si
e fosse se desfazendo...

Primeiramente apagando
o céu por detrás do sol,
depois apagando o sol
por detrás do mar
e aí o mar, as gaivotas,
o chão, o ar e o tempo;
deixando no vazio somente eu...

Então, havendo mais nada fora,
eu buscaria dentro de mim
no meu universo,
aquilo que possuísse por lá
para viver...

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O circo / por O.heinze

No centro da cidade,
na rua bulevar,
tem tanta gente,
tantas caras, disfarces,
tipos e modismo,
coisas e esquisitices,
acessórios e bugigangas,
que cheguei a dar risadas!
Eu lá naquele meio
desviando, esgueirando,
um verdadeiro malabarismo
para chegar aonde eu queria.
Só então me dei conta;
aquilo tudo é um circo!
Sim... Ele ainda existe!
Não tem mais a lona,
mastros e carroças.
Tudo está ao ar livre,
todos os integrantes;
mestre-de-cerimônias,
ilusionistas, pombas,
“leões”, mulher-barbada,
anão, gigante,
pipoqueiros, “cavalos” etc.
E eu também estava lá;
o palhaço!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Louco? Ora! / por O.Heinze

Enquanto todos corriam de ti
eu te recebia de braços abertos.
Nem sabiam quais eram mais vazias:
minhas lágrimas a descoberto
ou tuas carícias frias.

Depois que fostes embora
todos os seres voltaram
para me olharem com demora
pois só eu te recebia. Só eu!
Agora me acham louco? Ora!...

Sempre estarei aqui, sempre...
De coração aberto esperando por ti
oh chuva bendita que surpreende
lavando-me mais a alma que eu aqui
e brotando em mim outras sementes...

sábado, 3 de maio de 2008

Com o dia ainda nascendo... / por O.Heinze

Penduro frutas diversas
pelas árvores do quintal
e encantadoramente
atraio a passarada
de todos os recantos
da cidade silenciosa
com o dia ainda nascendo...

Vivo desses pássaros
sem donos nem destinos;
de seus primeiros cantos
entoados no novo dia;
vivo das suas asas livres
onde meus olhos voam...

Mas principalmente vivo
do que nem é mais só deles
pois agora é também de mim:
a alegria de cantar
sem saber ao certo porque;
cantar talvez por ter despertado
também na minha alma...