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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Carta sem data


Carta sem data / por O.Heinze

O céu nem sabia que estava lindo,
inteiro azul, um azul infindo..
E com ele só um avião de papel,
indo e indo por todo aquele léu...
Movido por uma mente de criança,
levando a energia da bonança...
Ah... Quanta coisa cabe no interior
de um aviãozinho de papel sem cor.
Na sua alvura de nuvem leva sonhos
e mais sonhos... Críveis, ricos e risonhos...
Um céu azul assim pode ser eterno?
E um avião de folha de caderno?
Sim! São para sempre em qualquer estação,
idade, horário, lugar, condição...
Sei que esta carta parece bobagem,
voando neste avião sem bagagem,
seguindo por este céu sem parar,
sem desistir de algo feito de sonhar...
Mas... Este avião que jamais se cansa,
vai indo feliz no céu da esperança...








Créditos da fotografia para: 
http://www.ehow.com.br/construir-aviao-papel-elastico-como_34366/

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

5° VIRINE DE ARTE DE SÃO CAETANO DO SUL - SP

                                              Participando com minha escultura REFLORA.

                                                            Acima meu Filho Rafael.



                                                                       A Abertura.
                                               Algumas palavras da Direção da Pinacoteca.


                                                           Minha grande Amiga Ana.

                                             Meu Grande Amigo Henrique Santoro (Junior).
                            A Pinacoteca de São Caetano do Sul. 76 artista somando 130 obras.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Vida é algo que ainda nem sei / por O.Heinze

 




O dia está aberto,

deita a tarde,

cai a noite,

e renasce a madrugada.

A vida vai indo,

e é algo que ainda nem sei. 

Isso chega a doer,

essa falta de saber,

pois são tantas coisas vivas

e tantas outras de morte,

faz-me retroceder nas sensações

quando era bem mais criança

e abria uma caixa de quebra-cabeça.

Sabia que meu mundo era àquilo,

montar até formar toda a imagem,

e eram tantos pedacinhos para conseguir o todo,

igual se fossem dias atrás de dias em um calendário,

juntando para se formar o ano inteiro.

Ao completar o quebra-cabeça,

sentia a mesma impressão da virada de ano:

vazio!

Quando algo se completa perde o sentido,

a vida e a morte se fundem.

Uma plenitude toma o todo

e a pergunta se repete:

para quê tudo isso,

essa complexidade de coisas 

que abastecem sempre o vazio?

Para não perder o foco

sigo com o olhar um inseto

e me inspiro nele,

pois que se ele continua

algo mais deve haver para buscar..




 



sábado, 18 de junho de 2016

Folhas sem escolhas / por O.Heinze









fotografia: "Folhas sem escolhas"
de O.Heinze








Dias de outono, velhos ares.
Estação de se perder cores tão cansadas.
Mostrar o que estava escondido:
galhos tortos, nudez sem sentido,
que se cobrirá na primavera,
primeiro com brotos envergonhados,
depois com vida exuberante
reinando perdida em flores.

Por ora, sobre o tapete macio
de folhas em tons diversos
passeio sem minha alma,
pois que meu corpo caminha,
mas meu éter é todo outono.

domingo, 29 de maio de 2016

Continuando a nossa conversa... / por O.Heinze

... já vou avisando,
faz tempo que não toco violão.
Tocar violão não é igual andar de bicicleta,
os dedos endurecem, dão nós e o som saí arranhado.
Andar de bicicleta não. É só subir nela,
cambalear por um minuto e pronto,
fica fácil novamente.
Beijar depois de muito tempo também não é simples,
você cai de primeira no abismo da paixão,
fica tonto por um tempão,
depois começa a ver passarinhos verdes,
sentir perfumes do nada,
e parece estar sobre uma bicicleta da realidade.
Só que você pedala, pedala, e não saí do lugar,
fica preso no lábio do outro lado,
pior, perde o fôlego, fica todo sem graça,
vermelho de amor, e então
desperta novamente no mundo da realidade boba.
É, beijar é algo inesquecível,
mas faz a gente esquecer de tudo,
até da bicicleta que lhe trouxera até o mágico beijo.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

O viajante solitário / por O.Heinze

Essa vida é interessante,
passa, passa, passa
e eu nem percebo,
morro no mesmo lugar.
Moro no mesmo lugar 
faz mais de meio século,
mas sinto-me um viajante,
um forasteiro por estas bandas.
E para quê mudar,
para quê correr,
se tudo vai passar,
se tudo vai nascer?!
A novidade vira mesmice
a mesmice vira velhice.
A velhice vira poeira,
a poeira é viageira.
O bom da vida
é que ela não para,
passa, passa, passa,
feito trem sem volta,
com cheiro de esperança.
Mas eu na estação,
só e sem direção,
sinto a solidão,
companheira inseparável,
amiga de escravidão.









quarta-feira, 9 de março de 2016

Plantar é preciso!

Mais três arvores para a cidade de Santo André ficar com o ar  melhor.
Sempre que as sementinhas que planto viram pequenas árvores as levo em praças públicas para crescerem e embelezarem a paisagem tão concretada.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Mais que o sim; mais que o não / por O.Heinze

Quando o bem-te-vi me viu
eu já estava longe
correndo atrás dos meus sonhos...
E era tanto que eu sonhava
que meus pés nem tocavam o chão.
Então fui subindo... subindo...
Voei mais alto que o bem-te-vi;
que o falcão; que a águia;
que o vulcão; que o meteoro;
mais que o sim; que o não;
mais que a ilusão desta realidade...
Até que finalmente tive a certeza
de que o aqui não existia
que aqui era só um sonho curto
da verdadeira vida esquecida...

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Labirinto da felicidade / por O.Heinze

Ninguém vai me encontrar
estou no labirinto da felicidade
perdido entre lindas cores
de lençóis, colchas, toalhas
todas as roupas juntas
dependuradas em varais
sem fim, voando, voando
entre o cheiro do sol
e flores laterais.
Aqui há segurança, paz
liberdade, salvação!
Os panos sobem, descem
e corro entre eles
os acaricio, rio
e também sou acariciado.
Envolto em suavidade
morro de alegria.
Gritam lá de fora para eu sair
do labirinto da felicidade
e voltar para vida aberta
mas nem dou ouvidos.
Os prendedores me seguram
sou mais uma roupa limpa
feita alma livre da carne.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Habitante invisível / por O.Heinze

Pobre humanidade descrente...
Eu mostrando-me totalmente
na minha límpida transparência,
mas não crês em minha pureza
de verdadeira luminescência.
Preferes serdes ludibriada
pela enganosa aparência
de outrem camuflado
atrás de ouros e joias brilhantes.
Temes a minha verdade inconteste
e não tremes ao contato com ilusores,
dissimulados em seres puritanos.
Só posso lastimar por tua escolha.
Deverias acreditar que há ainda:
gente sem segunda intenção;
coração carregado de compaixão;
palavras de docilidade;
mão estendida; olhar sincero;
abraço de irmandade;
vibração para a felicidade.

Passarinho do doce / por O.Heinze





















Sou passarinho beija-flor
vivo só, vivo de flor
vivo  sonhador, de cor em cor
onde se esconde o amor.

Se fosse passarinho predador
voaria atrás de borboletas
seria hábil capturador
das, delas, piruetas.

Alcançaria libélulas
roubaria suas células
mágicas e potentes
e moléculas transluzentes.

Mas sou passarinho do doce
néctar no miolo escondido
só quero de cada miolo
uma dose de amor proibido.