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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Deusa Apaziguadora / por O.Heinze

Em contraste com a imensidão
de um céu nu de inverno
uma minúscula borboleta amarela
risca o azul abandonado
ora indo para cima, ora para o lado
clara como a vontade da paz
parece querer escrever algo
do tipo faz de conta ou não faz?
Own vontade de poder ser
toda liberdade dessa pequenina
feito um sonho que ilumina
refazendo o dia nascer.
E mudando de direção
voou e voou para a cidade
na mão e na contramão
da energia da felicidade.
Quê quereria me dizer
com funesta atitude
pois poderia até morrer
voando na baixa altitude.
Então, em primeiro lugar
pousou na mão do mendigo
depois numa mulher a chorar
e aí na criança em castigo.
Após, na arma do ladrão
na condenada tão triste
na miséria do largado cão
na mão com o dedo em riste.
No colo do abandonado
no cassetete do soldado
na dor do injustiçado
na solidão do mal amado.
Na criança esfomeada
na mulher violentada
na idosa maltratada
na deficiente ignorada.
No homem estressado
no menino sem memória
no simplório enganado
no mundo sem história.
Então pude bem entender
o que a borboleta veio ensinar
vivemos pesados a sofrer
e sem paz não podemos voar.

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