Aqui você encontra quase toda minha vida que é a própria ARTE. Sou poeta escritor / artista plástico / músico violonista / compositor / cantor / marceneiro / adoro fotografar / Fã da natureza (ambientalista). Ajudem-me a fazer um mundo melhor...
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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Para vivos e mortos / por O.Heinze
Ecoa o canto do galo
ainda há vida na cidade.
Manhãzinha de domingo. Carnaval.
Ecoam os sinos da igreja
ainda há fé nas coisas santas.
Ao longe um cão ladra e ecoa.
Passarinhos trocam conversas.
Deve haver muitos foliões morridos
de sono, caídos em seus leitos.
Outros em bancos, alguns nas calçadas.
O sol aponta para vivos e mortos.
Vento e vozes inexistem.
Tudo largou mão de viver, menos eu,
o galo, o cão, os pássaros e o sol.
Pois os que vão orar pedem por vida
e os foliões querem morrer ainda mais...
Ecoa o canto do galo
ainda há vida na cidade.
Manhãzinha de domingo. Carnaval.
Ecoam os sinos da igreja
ainda há fé nas coisas santas.
Ao longe um cão ladra e ecoa.
Passarinhos trocam conversas.
Deve haver muitos foliões morridos
de sono, caídos em seus leitos.
Outros em bancos, alguns nas calçadas.
O sol aponta para vivos e mortos.
Vento e vozes inexistem.
Tudo largou mão de viver, menos eu,
o galo, o cão, os pássaros e o sol.
Pois os que vão orar pedem por vida
e os foliões querem morrer ainda mais...
Quase cactos / por O.Heinze
Há quem relute
do convívio social
mantendo-se defensivo
no externo do corpo
igual a cactos espinhosos.
Não acreditam mais
na possibilidade do amor
e seus espinhos fiéis
doem apenas para dentro
pois não é a ponta que fere
mas as raízes mortais.
Se ao menos fossem cactos legítimos
expurgariam as mais lindas flores
porque a beleza vive na alma
e a alma vive de amores...
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Yes, nós temos bananas / por O.Heinze
...E na verdade eu nem era eu.
Era o que queria a sociedade.
No dia em que fui eu de verdade
minha mãe disse: -Que foi, enlouqueceu?!
Antigamente eram os soldadinhos de chumbo
e hoje são os imitadores dos imitadores.
Talvez bonecos de ventríloquos?
Inveja dos bastidores?
Pencas e mais pencas de bananas?
Fujam desses programas!
Desprogramar é urgente!
Pois na natureza natural
até bananas são diferentes...
...E na verdade eu nem era eu.
Era o que queria a sociedade.
No dia em que fui eu de verdade
minha mãe disse: -Que foi, enlouqueceu?!
Antigamente eram os soldadinhos de chumbo
e hoje são os imitadores dos imitadores.
Talvez bonecos de ventríloquos?
Inveja dos bastidores?
Pencas e mais pencas de bananas?
Fujam desses programas!
Desprogramar é urgente!
Pois na natureza natural
até bananas são diferentes...
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Chapéu-de-sol / por O.Heinze
(Árvore Terminalia catappa)
Entregue me vou
na complacência doce
que um aroma ímpar
me carrega todo.
Mais na lembrança
que propriamente aqui
pois me sinto lá à beira-mar
enquanto meu corpo distraído
passeia na cidade abafada
à dezenas de quilómetros da praia.
De onde proviria afinal
esse perfume do chapéu-de-sol
se não o vejo perto ou longe
dentro desta paisagem cinzenta?
Teria vindo de bem distante
carregada pela tarde de verão
ou escapado de meu coração
do tanto que guardo carinhosamente
desde a infância de molecagens?
Quando subia no chapéu-de-sol
e feito bicho solto e alegre
brincava dependurando até cansar.
Depois descia e ficava na sua sombra
recostado no tronco, silencioso
ouvindo o cantar de suas folhas
até que adormecia mansamente
guardando sua essência nos meus sonhos...
(Árvore Terminalia catappa)
Entregue me vou
na complacência doce
que um aroma ímpar
me carrega todo.
Mais na lembrança
que propriamente aqui
pois me sinto lá à beira-mar
enquanto meu corpo distraído
passeia na cidade abafada
à dezenas de quilómetros da praia.
De onde proviria afinal
esse perfume do chapéu-de-sol
se não o vejo perto ou longe
dentro desta paisagem cinzenta?
Teria vindo de bem distante
carregada pela tarde de verão
ou escapado de meu coração
do tanto que guardo carinhosamente
desde a infância de molecagens?
Quando subia no chapéu-de-sol
e feito bicho solto e alegre
brincava dependurando até cansar.
Depois descia e ficava na sua sombra
recostado no tronco, silencioso
ouvindo o cantar de suas folhas
até que adormecia mansamente
guardando sua essência nos meus sonhos...
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