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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Cisne negro / por O.Heinze

Em não podendo mais morar
nesta vestimenta humana
desejaria habitar no corpo
de um flutuante cisne negro,
para viver do silêncio
no lago tranqüilo espelhado;
na pacífica montanha adormecida;
no desprendido céu observador;
na mansuetude das aragens
vindas sopradas do norte,
tocando uma sinfonia morna,
inaudível para estes exteriores,
mas que faz valsar às almas
das tabuas, das águas na superfície,
e esta minha, agora mais branca
que a brancura da ternura,
inspirando-me, talvez, jamais acordar
de volta para a razão humana...

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