O verdadeiro Natal
por O.Heinze
Houve um Tempo Mágico e Eterno
em que íamos buscar um pinheiro natural
plantado em um grande vaso e vendido
para ser cultuado como uma árvore de Natal.
Esse ser abençoado tomava a casa
com sua fragrância de floresta virginal
e algo inexplicável e forte nos envolvia:
a emoção de um amor puramente divinal.
Sabíamos que o Natal se aproximava
não porque no calendário já era dezembro
é que sentíamos o Espírito Fraternal
preenchendo as noites quentes e lembro…
Das centenas de luzes voando baixo:
pirilampos trazendo tanto encantamento.
As crianças brincando nas ruas de terra
sob milhares de estrelas no firmamento.
Deus nos trazia Jesus tão mais próximo…
Os adultos fingiam que Papai Noel existia
pois já haviam perdido o dom de sabê-lo
afinal, somente crianças poderiam vê-lo.
Tudo era tão mais simples e pacífico.
As mansas renas e o trenó flutuavam.
A Santa Ceia, ainda que modesta
trazia em si uma emocionante festa.
Agora, após décadas, o Natal mudou.
Poucas são as estrelas visíveis no céu.
A rua não é mais um lugar para crianças.
Virou só uma lenda o Natal e Papai Noel.
Depois de tempos encontrei um pirilampo.
Lembrei das imponentes florestas já idas.
Senti o aroma do pão caseiro repartido
pelas mãos do Cristo quase esquecido.
* * *
nota: depois do Dia de Reis, o pinheiro de Natal era plantado em nosso quintal.
Antigamente era comum vermos pinheiros grandes nos quintais, ou jardins na frente das casas.
Santo André SP Brasil
27/11/2025.
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