Deus é pleno?
por O.Heinze
Deus é onipresente, onipotente, onisciente. Mas seria Ele pleno, digo, pronto e finalizado?
Penso que Deus não é pleno, pois, Ele estaria separado de toda a sua criação, o universo, e tudo que nele há. Seria um contrassenso Deus não ser ligado ao todo, pois aí reside sua eternidade. Para que Ele esteja na atemporalidade, na potencialidade e consciência de universalidade, Deus é a própria Existência.
Temos que crer, que seja fato o que Jesus nos disse: “sois deuses!” Pode ser que ele, o Cristo, quis nos ensinar que, apesar da nossa individualidade, vivemos na mesma energia de Deus, ou mais especificamente, estamos contidos em Deus, e Deus em nós. Nada é à parte. Apesar de cada molécula ter sua função, cada átomo existir em sua unidade, cada grão de areia ter forma específica, cada ser viver a vida “separadamente”, cada mundo ter sua galáxia, e ela ter seu universo, bem, tudo isso se condensa ou dilui por uma mesma energia.
Deus não pode estar pleno, pois Ele, então, teria que separar da sua criação, visto que essa, evolui incessantemente, e Deus estacionaria em sua capacidade. Com certeza Ele também cansaria da mesmice do imutável, do cotidiano sem algo de novo em si.
Se realmente o universo cresce sempre, o termo Eternidade é bem apropriado para esse fenômeno. Seria estranho o Universo continuar evoluindo e Deus parar de crescer. Se somos imagem e semelhança do Criador, e estamos durante todo tempo evoluindo, Deus está conosco, evoluindo juntamente.
E o que dá vida a tudo isso?
Uma só energia tem esse poder, a do amor.
O amor a tudo cria, transforma, eterniza. Deus é o criador supremo, mas toda a sua criação é co-criadora da vida.
Penso que, por isso mesmo, o Mestre mencionou: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.” Jesus não fala de amar a Deus com um amor diferente do que amamos a nós e ao nosso próximo, é o mesmo amor. Vimos aqui que a energia do amor, Deus, nós, tudo, enfim, existem na mesma Criação. Quando amamos, estamos plenos de criatividade, mas quando estagnamos, apagamos e dependemos da luz do amor alheio para seguir sobrevivendo. Por isso, quando estamos muito adoecidos, rogamos a cura para Deus, e também pessoas dos hospitais e casas de oração nos ajudam.
“Amar a Deus sobre todas as coisas”. Sim, pois, Deus é a ponta da pirâmide da Eternidade, tudo começou em Deus e foi se propagando.
Quando não cremos em Deus, então, não o amamos, ou ainda, não amamos o nosso próximo mais próximo, que é Deus, pois sempre está intrínseco em nós. Se também não amamos o próximo, esse que pode ser outra pessoa, animal, planta, elementos, enfim, qualquer materialidade a nossa frente, desta ou de outras dimensões, ficamos fora de sintonia com a energia da vida, que é a do amor divino.
Deus sempre será Deus, pois é o único ser capaz de administrar toda Eternidade, fazendo a mesma justa e perfeita.
Nós buscamos a angelitude, a graça divina e a luz do amor.
Santo André, SP - Brasil.
Outubro de 2025.
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