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domingo, 24 de agosto de 2014

Pássaro aleijão / por O.Heinze

O pássaro aleijão
não gostava de chão
e amava tanto voar
que uma terceira asa
lhe nasceu do nada, então
foi tanto que ele voou
que passou a temer o não!
Não sabendo nem mais pousar
seguiu e seguiu a planar
vivendo de lembranças e solidão.

Como um seu lado voava mais forte
passou a prosseguir em círculos
perdeu o rumo do norte
e também todos seus vínculos.

Certo dia ficou tão exausto
adormeceu num bolsão quente
de ar que seguia em seu encalço
lhe deitando numa nuvem tamanha
que o largou sobre a montanha.

Quando ele acordou e sentiu
novamente a firmeza do chão
mais que depressa decidiu:
cuidaria da sua razão;
tiraria a terceira asa;
não despencaria nas sarjetas;
voltaria para sua casa;
daria adeus às muletas.

2 comentários:

latinstyle disse...

Tiene usted talento pa esto de las letras. El pleito del sentimiento y la palabra libran rounds interminables en la tarima de la vida, el secreto es no caer desfallecido y siempre tomar la pluma una vez mas cuando el alma quiere expresar sus quejas..

Luis Sanmayor

Osvaldo Heinze disse...

Gracias por sus palabras verdaderas usted. Un nuevo año lleno de logros para usted.