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domingo, 27 de maio de 2012














Ando tão só / por O.Heinze

Ando tão só.
Pedra única de dominó
que nem comigo caso.
Se neste por acaso
encontrasse alguém?!
Sigo no mesmo trem
de estações vazias
dias atrás de dias.
No céu não vou não;
nem também no chão;
nem no perfume da flor;
sequer na ideia de amor.
Pois sem mim sou nada;
visão do fim da estrada;
além de horizonte;
junção caída de ponte;
mão estendida inimiga;
balanço sem viga;
criança sem açúcar;
idoso sem cuca.
Ando tão só,
por favor, tenha dó.
Por que também você
quer ser só, por quê?
Vamos jogar dominó?
Brincar de escravos de Jó?
Ser criança de bondade
que adora fazer amizade?!...

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