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segunda-feira, 7 de julho de 2025

A árvore e o lago

por O.Heinze 


O vulto de uma árvore milenar

se mistura ao azul da noite de verão. 

Abaixo dela, sobre o manso lago,

descansam os reflexos da lua cheia.

A árvore e o lago estão enamorados,

mas a noite os mantém separados. 


Pela manhã, enquanto o sol acorda,

uma infinidade de pássaros, insetos

e outros seres, tomam toda pradaria, 

enquanto uma saudade imensa e terna

coexiste nas seivas da vibrante árvore,

e nas águas, agora, alaranjadas do lago.


Quanto mais o sol se ergue imponente,

mais a árvore vai refletindo no lago,

mergulhada em um abraço, ora tranquilo, 

ora trêmulo, pelas emoções dessa união. 

E assim permanecem por toda a manhã

e a tarde, até chegar a tempestade…


Que açoita a árvore com ventos invejosos,

arrancando ela do abraço de amor,

pois tornou o lago agitado, inseguro,

encrespado, escurecido e entristecido.

Um aguaceiro encobre toda paisagem,

escondendo todos os seres e cores. 


Mas a tempestade cansa de chorar

e recolhe o seu céu acinzentado de dor.

Uma paz traz o sol de volta ao dia aberto,

com os cantos dos seres comemorando

as cores do entardecer e o lago calmo,

onde a árvore vai lançando mil gotas,


escorridas das suas folhas molhadas,

que tocam a superfície do lago encantado,

produzindo sons diversos e desenhos

na partitura de água tão colorizada, 

fazendo uma sinfonia toda de bonança, 

composta pelo maior dos compositores. 


Santo André - SP - Brasil.

05 de julho de 2025.





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