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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Para sempre adolescente / por O.Heinze

Após quase quarenta anos
apesar de ser verídica
essa história parece fantasia.
Fomos rumo às represas,
para as bandas da serra,
com ônibus cata caipira.
Descemos na estrada
próximo ao clube de campo
e seguimos por estradinha
coberta por grossa névoa.
Enganamos o porteiro do clube
ao entrar por uma picada
no matagal ao lado da guarita.
Não demorou muito
para estarmos lá dentro,
mas também não demorou
para cair a chuva forte.
Passamos a manhã toda
entre bolachas, sucos e jogos.
No almoço roubamos sim
uns goles de caipirinha da mesa.
À tarde resolveram inventar
um baile de música lenta
e até hoje não sei explicar
da pessoa que apareceu do nada,
que nunca havia visto antes.
Me tirou para dançar,
me beijou a boca com todo amor,
toda doçura, toda magia
e sumiu para sempre após a música...
Mas também para sempre
me faz sentir adolescente...

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