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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Adeus amiga... / por O.Heinze

Tínhamos mais ou menos a mesma idade
quando viestes morar no meu bairro.
Éramos crianças e você por ser menina
já era mais alta, esguia e atraente.
Todos os dias te via de frente de casa,
pois era onde te fixastes por uns 40 anos...

Crescestes, floristes, virastes uma rainha
com teus mais de dez metros de altura
e copa abundante onde pássaros faziam ninhos
e insetos cantavam e dançavam entusiasmados
enquanto fartavam-se de pólen nas flores amarelas.

No outono, tuas minúsculas folhas lançadas por ti
pareciam confetes comemorando a vida em festa
e tua vida era tanta que tuas bases agigantaram
rompendo a calçada, o meio-fio e o muro forte,
obrigando tua retirada em tempo breve.

Foi estranho ver homens com máquinas potentes
cortarem teus anti-braços, braços e pontas dos pés
e depois te arrancarem de teu lar antigo,
não sei se para a morte ou terras distantes...

É difícil olhar e não te achar mais onde moravas,
só encontrar uma rua e um céu cheios de vazio.
É triste ter perdido tua preciosa companhia,
ver no teu lugar um remendo de calçada...

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