Chuvas e lágrimas
por O.Heinze
Essas chuvas sequentes
que tocam à noite ou de dia,
tal e qual uma forte sinfonia,
e soa docemente,
ou avassaladoramente,
são águas diversificadas,
que subiram, pois, evaporadas,
formaram nuvens brancas de paz,
ou iradas, pelos raios que faz,
pois tem em si as emoções
boas ou ruins das multidões.
Do lacrimejar de quem muito sorrio,
ou quem sofreu e desaguou a chorar;
ainda quem sobreviveu por um fio;
e quem morreu só, só por amar.
Essas águas são milenares,
já desceram e subiram
por todos os lugares,
por vezes e vezes ressurgiram,
nos olhos teus, também nos meus.
As nuvens choraram
o choro dos antepassados,
que sequer imaginaram,
mas, hoje, suas lágrimas voltaram
em nossos olhos emocionados.
Sem chuvas não há vida.
Sem lágrimas como externar
a dor comovida, sofrida?
Ou ainda comemorar
a criança recém-nascida?
De qual forma transbordar
a alegria incontida?
De que jeito desafogar
a derradeira despedida?...
Santo André,
27/28 de Setembro de 2022.
Nenhum comentário:
Postar um comentário