A chuva que chora por ora
lavando os pecados
de agora e outrora
e chora mais na agonia
pelas lembranças da magia
quando houve vida e alegria
são passageiras
feitas as aves viageiras
de menos um dia.
Às vezes, o tempo se atormenta
em nuvens pesadas se arrebenta
engolindo tudo ao chão
rasgando o céu com explosão
e sendo culpado ou não
uns e outros somem desta dimensão.
Mas essa torrente não rega
o deserto da solidão
dos olhos que ela escorrega
da pessoa em aflição.
Então essa chuva somente goteja
nas várias flores já ceifadas
enfeitando o caixão que as leva
sobre a morte a ser sepultada.
Santo André, 8/1/2022.
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