Só eu sei
por O.Heinze
Só eu sei
das minhas lágrimas de criança
quando fui injustiçado, ironizado,
por àqueles que deveriam
bem cuidar, fazer aliança.
Lembro bem, na puberdade,
tanto bullying que sofri,
piadas com meus hormônios,
se eu era menina ou menino?
Seres maledicentes, demônios,
que eram e são minha gente,
deveriam me ser homônimos,
moralmente docente.
Então, cheguei a mocidade.
Viva! Agora sou dono de mim.
Mas qual, podre liberdade!
Quase consegui o meu fim,
tentando encontrar o tal fundo,
onde a felicidade
é igual para todo mundo.
E prossegui sobrevivendo,
servindo de muro de arrimo,
segurando o peso dos outros,
a vergonha alheia de cretinos.
Prossegue o contrassenso:
sou um anjo em casa
que não faz milagres.
Paro e penso:
Por favor,Justiça,
me consagre.
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