Osvaldo Heinze
Na
melhor solidão / por O.Heinze
Acabei de roubar
deste
canto da serra
flores
de manacá
Ah...
e quem não erra?
Mas
as nuvens brancas
não
me denunciarão,
pois
carregam tanta paz;
nem
os pássaros no chão,
pois
felizes cantam mais;
nem
a brisa, que, então,
silencia
aos matagais;
nem
o sol e o céu que são
velhos
amigos leais.
Roubei
só por paixão,
por
amá-las demais.
Flores
do meu coração,
puras
irmãs fraternais,
na
vida, na morte,
na
alegria, na tristeza.
Tenho
tanta sorte
por
achar essas belezas...
Mas
pensando no existir
não
posso assim roubar
essas
flores a me sorrir.
Devo
a vida restaurar...
Toma
querida planta
cole
tuas flores de volta
perdoe
minha paixão tanta
adeus,
meu sonho te solta...
e
de volta na lida
nos
meus extensos varais
de
roupas coloridas
bem
longe dos mananciais,
me
conforto nos prendedores
dependurados
nos arames,
parecendo
lindas flores;
insetos
em enxames;
casulos
de borboletas;
frutos
das alegrias;
pássaros
de ponta-cabeça;
células
de fantasias...
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