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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Na melhor solidão



















Osvaldo Heinze




Na melhor solidão / por O.Heinze

Acabei de roubar
deste canto da serra
flores de manacá
Ah... e quem não erra?
Mas as nuvens brancas
não me denunciarão,
pois carregam tanta paz;
nem os pássaros no chão,
pois felizes cantam mais;
nem a brisa, que, então,
silencia aos matagais;
nem o sol e o céu que são
velhos amigos leais.
Roubei só por paixão,
por amá-las demais.
Flores do meu coração,
puras irmãs fraternais,
na vida, na morte,
na alegria, na tristeza.
Tenho tanta sorte
por achar essas belezas...
Mas pensando no existir
não posso assim roubar
essas flores a me sorrir.
Devo a vida restaurar...
Toma querida planta
cole tuas flores de volta
perdoe minha paixão tanta
adeus, meu sonho te solta...
e de volta na lida
nos meus extensos varais
de roupas coloridas
bem longe dos mananciais,
me conforto nos prendedores
dependurados nos arames,
parecendo lindas flores;
insetos em enxames;
casulos de borboletas;
frutos das alegrias;
pássaros de ponta-cabeça;
células de fantasias...

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