fotografia de O.Heinze
Indigência / por O.Heinze
Quase morta, indigente,
mais caroço que bagaço,
já fostes fruta carnuda:
beleza aos sóis de verões;
pele perfumando primaveras;
nudez abraçando invernos;
flor livre ou enclausurada
ao balanço de sonhos e brisas.
Tal qual árvore frutífera,
fizestes vidas renascerem,
pois tuas raízes fortemente
sugavam a vontade de seguir.
Antes de serdes gigantesca,
fostes tão somente um brotar,
duas folhas a se limpar
do solo que rompestes.
E a semente que tu eras,
agora jaz somente terras,
as mesmas em que te deitas
sonhando em ter colheitas,
enquanto morres mais e mais
para renascer de ti semente.
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