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sábado, 29 de setembro de 2012

Corruíra / por O.Heinze

Desde muitos e muitos anos
há a permanência discreta
de um pequeno e singelo pássaro
no quintal ou jardins de casa:
escondido na pilha de telhas;
no amontoado das madeiras;
por entre as gramas e arbustos;
ou até mesmo sobre o telhado.
Tenho a impressão que é sempre o mesmo
e que crescemos juntos nesta vida.
Sei que seria fantasiar demasiadamente
achar que ele ainda vive após meio século,
mas seu canto parece inconfundível

assim como também seu modo de ser.
Acho que por não saber voar longe
ou não ter encontrado uma parceira,

mantêm sua morada por aqui,
recusa-se a morrer nesta existência.
Ou talvez a solidão seja sua vida,
pois não quer seguir este meu martírio
de morrer e morrer tantas vezes por amor...

2 comentários:

Zilda Costa disse...

Só mesmo a alma de um poeta teria a sensibilidade para perceber uma vidinha tão insignificante para muitos.Irei mais longe: acho que ele encontrou sim uma parceira e viveram muito felizes deixando então o exemplo para os descententes(risos).
Não se morre por amor, vive-se para amar.
Parabéns , querido amigo! desculpe se tive a pretensão de mudar seu poema, mas ainda acredito no amor. Bjs!

Osvaldo Heinze disse...

Eu também acredito Zilda!!! E até demais. Acho que por isso mesmo morro. Morro porque meu amor é tão grande que dói e parece que meu coração vai explodir e consequentemente vou morrer. Bjs e obrigado pelo comentário! Amei!!!