DIÁRIO DE POETA
Aqui você encontra quase toda minha vida que é a própria ARTE. Sou poeta escritor / artista plástico / músico violonista / compositor / cantor / marceneiro / adoro fotografar / Fã da natureza (ambientalista). Ajudem-me a fazer um mundo melhor...
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sábado, 28 de setembro de 2024
quarta-feira, 25 de setembro de 2024
por O.Heinze
E quem aceita a coroa de espinhos,
mesmo que feita em puro ouro,
incrustada de pedras preciosas
e com a herança mais poderosa?
Pois quem a vestí-la será forte
de amor, verdade e eternidade,
mas não terá posses no mundo,
nem amigos por um segundo.
Talvez lhe tratem feito um rei,
lhe escutem em tudo que ensinar,
mas se irão acreditar, não sei,
talvez alguns seguirão seu andar.
Acredite você ou não,
a coroa exige dor e perdão,
para somente, então,
se ter a ressurreição.
Passe o seu camelo
pelo buraco da agulha;
mude a montanha de lugar;
ande sobre o mar sem afundar.
Liberte o endemoninhado;
ressuscite o falecido;
multiplique os pães;
resista às tentações.
Cure aos desconhecidos;
perdoe aquele que te condenar;
seja pregado na cruz infame;
creia no invisível do céu e ame.
Santo André SP Brasil.
23/09/2024.
sábado, 7 de setembro de 2024
Alma em flor
para Jordana
por O.Heinze
De qual maneira
adjetivar a tua alma?!
Talvez, Jordana seja
a própria flor disfarçada
em doçura de mulher,
a perfumar os horizontes;
a nortear homens perdidos
do amor e da inocência.
Jordana, essa essência
da pureza e simplicidade,
alquimia que extasia
pessoas incrédulas
à procura da paz.
Somente a magia no ar
sabe da tua transparência:
misto de sofrer e amar;
de viver e sonhar.
Santo André - SP - Brasil,
07 de setembro de 2024.
quarta-feira, 28 de agosto de 2024
domingo, 25 de agosto de 2024
Há tempo de florir. Há tempo de morrer.
por O.Heinze
Já cultivei em minha vida
algumas das flores mais caras,
que sequer imaginaria conviver.
Elas chegaram, cada qual
em seu tempo, num repente
encantador e único.
Todas em sua singular perfeição,
revestidas da forma humana, mas,
sem, contudo, perder a essência
delicada, doce e sensível,
além de um aroma único,
ora tímido, ora exuberante.
Criaram mil borboletas
em meu estômago, coração,
caminhos e sonhos.
Viveram em minhas terras
embelezando as paisagens,
colorindo meu coração,
enfeitando minha mente.
Muita vida fiz com elas,
e também lágrimas abundantes,
que regaram nossas esperanças.
Ser um bom cultivador
é raridade neste mundo duro.
É preciso amar infinitamente
cada flor, pois quem lida com elas
sabe que um dia precisarão partir.
E assim aconteceu, se foram,
muitas deixaram este mundo,
outras tantas se transferiram,
se replantaram noutros campos,
sendo cuidadas por outras mãos.
Mas eu as compreendo,
pois assim deve ser a vida,
ademais, eu ainda levo
cada uma delas em mim,
com ternura e amor.
Apesar da distância, estão perto,
em meu corpo e minha alma,
com toda gratidão e saudade.
Vez e outra a brisa traz
a fragrância de cada uma delas,
e eu entendo que estão lembrando
do tempo em que vivíamos juntos
e fazíamos florir um mesmo jardim.
A vida é feita através das flores,
que são geradas por sementes
dos vegetais e todos os seres,
inclusive por flores-gentes.
Santo André SP Brasil, 22/8/2024.
sábado, 10 de agosto de 2024
Crônica de uma criança.
por O.Heinze
Em 1970 eu tinha onze anos de idade quando fui campeão regional de judô do Grande ABC Paulista, que corresponde a sete cidades a sudeste da região metropolitana de São Paulo. Consequentemente teria que disputar o Campeonato Paulista na capital.
No dia do evento minha mãe não pôde me acompanhar, pois tinha que cuidar de um outro filho, cinco anos mais novo que eu. Meu pai estaria trabalhando, então, meu professor (sensei) me levaria. Peguei um ônibus circular até a academia, mas meu professor não estava lá.
Com atraso, chegou um estranho em sua perua Kombi antiga, dizendo ser ele quem me conduziria ao local. Fiquei inseguro, mas o acompanhei.
No meio do longo trajeto o veículo quebrou e depois de uma hora foi consertado.
Quando chegamos ao evento, todos atletas já estavam perfilados e o portão do alambrado trancado. Saltei a grade para me juntar aos atletas e fui severamente repreendido pela organização, disseram-me que eu não poderia mais participar da disputa. Depois de muita explicação da minha parte, resolveram deixar eu lutar.
Eu sentia uma enxaqueca alucinante, não sei se por não ter almoçado, pelo nervosismo do atraso, ou o desamparo dos adultos, pois nem o senhor que me havia levado, eu sabia onde encontrar.
Uns parentes vieram ver minha luta, mas numa parte distante nas arquibancadas, que eu não podia ir.
Ao esperar pela minha vez, sentou ao meu lado um homem, dizendo que seu filho iria me enfrentar, e me apontou um judoca faixa marrom, maior e mais pesado do que eu, falou ainda, com sarcasmo, que eu jamais o venceria, que me pagaria o almoço caso isso acontecesse.
Minha graduação era três vezes inferior ao do filho dele, mas isso não me preocupava, nem nada que ele tagarelava, pois o que me matava era a terrível dor de cabeça.
Eu bem que tentei lutar quando chegou a hora, mas por conta da dor, realmente não conseguia impor esforço na luta, que acabei perdendo. Em seguida, ainda fui zombado pelo pai do vencedor.
Sentia-me constrangido, sozinho e amargurado naquele momento. Talvez meus parentes tenham se decepcionado comigo, pois logo que finalizou o combate, levantaram e partiram.
Mas para um menino de onze anos de idade, acho que eu até que suportei bem esse traumático dia. Perdi a luta, mas me fortaleci em minha individualidade espiritual e pessoal. Aprendi que na vida, a única pessoa com quem eu poderia contar, era eu.
Hoje, depois de décadas, lembrei desse fato e meus olhos marejaram. Aquela sensação desse dia ainda corre dentro de mim.
Nunca devemos julgar e até condenar uma pessoa, apenas pela aparência, pois somente ela sabe dos dramas e glórias que se assomam nela. Das virtudes e defeitos que a conduzem.
Que principalmente as crianças e adolescentes possam ser sempre amparadas, respeitadas, fortalecidas e amadas em todos os ambientes.
Que possamos tentar pressentir a condição alheia, antes de tirarmos conclusões precipitadas.
Esporte não é guerra, mas um caminho para a paz.
Santo André SP Brasil
31/7/2024.
domingo, 2 de junho de 2024
Cantiga de Lara. por O.Heinze para minha neta. (no You Tube)
terça-feira, 7 de maio de 2024
Lara + anjinha
para Lara, minha netinha
por O.Heinze
Você apareceu magicamente:
formosa, encantadora e única.
Vinda de outra dimensão
por uma cápsula do tempo
e materializou-se aqui.
Com seu poder especial
de heroína angelical
fez toda noite iluminar
quando alguém fez cortar
o cordão umbilical.
Nesse ínterim de choros
sorrisos e lágrimas puras
você foi transformando
pessoas humanas simples
em especiais criaturas.
Fazendo do nada surgir
uma mãe e um pai
com superpoderes
em amar indistintamente
tua pessoa para sempre.
Fez aparecer ainda avós
bisavós, tios e tias
e ainda tios-avós.
Chamou a atenção
de muita gente
ao chegar e sem falar
sem sair do lugar
já ter mudado a vida
e a rotina das pessoas.
Você traz o dom do amor
de reunir o mundo
fazer a esperança
e todos mais felizes.
Seja bem vinda Lara
que em uma só menina
se faz filha, sobrinha
neta, bisneta e anjinha.
Santo André SP Brasil
30/4/2024
quarta-feira, 1 de maio de 2024
domingo, 14 de abril de 2024
terça-feira, 5 de março de 2024
Templo das flores.
por O.Heinze
Mulheres são flores
trazidas de outra galáxia.
De exuberantes cores,
mas diferentes da acácia,
rosa, orquídea, enfim…
Vão espargindo um buquê
mais intenso que jasmim!
Todos perguntam porque
mulheres são assim:
incompreendidas,
misteriosas, atraentes,
solitárias, distraídas
sob um véu transparente.
Parecem estar aqui,
ao mesmo tempo, não.
Mostram um tanto de si,
mas seu coração em botão
raramente abrirão.
Suas raízes são de outro chão,
um lugar desconhecido,
por isso vivem em confusão,
neste mundo de solo partido.
Aqui são tratadas por flores,
com o dom do encantamento,
um templo de santos amores,
deusas do renascimento.
Flores produtoras de sementes
que magicamente podem eclodir,
gerando assim novas gentes,
que lhes tragam sentido no existir.
Santo André SP Brasil 03/03/2024.