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domingo, 21 de setembro de 2014

No meu céu / por O.Heinze






















 No meu céu, hoje
chovem chuvas e flores.
Estou doando cores
das minhas histórias gozadas
que fazem chover dores
e também dar risadas.
Neste céu meu
voam crentes e ateus
livres igual liberdade.
Seja quem for
criança ou pessoa de idade
se enche de amor
de felicidade.
Porque no meu céu
ah no meu céu...
vive humanidade.

domingo, 14 de setembro de 2014

 O namoro / por O.Heinze

...E lá estava ela
me esperando tranquila
no gramado do parque.
Em pé e totalmente desnuda,
sob um céu inteiro azul
e um sol de onze horas.

Emocionado me aproximei
e sem perder tempo
abracei-a com força,
com todo meu amor
e assim ficamos
por um longo tempo...

Depois a beijei com carinho
e me afastei lentamente
olhando-a de baixo ao alto
enquanto tentava, talvez saber,
o que ela sentia por mim...

Disse-lhe então que voltaria
para vê-la com folhas
no auge da primavera...

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Santa Guerra / por O.Heinze

Talvez a bomba de maior explosão
era da mão contra o saco de papel
cheio de ar e já sem o pão.
Na guerra das crianças ou adolescentes
se via só arranhões inconsequentes
pelos tombos que jogavam ao chão
um bando de brincalhões contentes.
Seja no futebol de rua
no pega-pega, no mãe-da-rua
ou caçando insetos aleluia.
Contendas nas rodas de peões
bolas de barro, enlaces de pipas
trilhas de pólvora aos clarões
espadas feitas de ripa.
Sobre valentes cavalos-de-pau
fazendo caretas para parecer mal.
O calor maior da batalha
se dava no jogo de queimada
ou na luta pela medalha
na partida de xadrez intrincada.
Umas detonavam o quarto inteiro
durante a guerra de travesseiros.
O sangue somente aparecia
nas guerras de tomates
de amoras ou melancias
nos mais doces combates.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Se não fossem os pássaros / por O.Heinze








fotografia de O.Heinze












Se não fossem os pássaros
com seus cantares de liberdade
só ouviria a humanidade
ruídos, bombas e gritos
e alguns hits esquisitos
desfazendo a tranquilidade.
Mas no ar ainda há alegria
desses pássaros que nascem o dia
demonstrando como é que se faz
uma atmosfera cheia de paz.
Bem no fundo o homem não quer
ter paz nem passarinhos
ele quer uma coisa qualquer
que não espalhe mais ninhos.
Nem flores tampouco. As flores...
elas nem cantam nada
mas falam tudo caladas
na solenidade das dores
ou nas paixões em floradas.
Um dia todos saberão fluir
no silêncio mais profundo
e conseguirão discernir
entre o ser e o iludir
nessa vida do mundo.